Nos salva, poema visual de Wagner Merije
Foto: Wagner Merije
Camus wrote in The Plague about epidemics: “The evil that exists in the world almost always comes from ignorance, and goodwill without clairvoyance can cause as many disasters as evil”.
Camus escreveu em The Plague sobre epidemias: “O mal que existe no mundo quase sempre vem da ignorância, e a boa vontade sem clarividência pode causar tantos desastres quanto o mal”.
Coronavirus is not the disease, it is the symptom of a sick society.
O isolamento de nossos amigos e parentes, a solidão, o medo,
os dias sem trabalhar, sem produzir, sem existir
Hoje o circo midiático,
amanhã o lucro com a morte,
depois de amanhã, recomeçar…
Time is Money!
Disease is Money!
Fake News is Money!
Kill the Poor!
Coronavirus is not the disease, it is the symptom of a sick society.
A cena a seguir foi minuciosamente discutida às gargalhadas no Gabinete do Ódio:
Com as casas vazias sendo tomadas por novos moradores, se erguerão os sobreviventes a comemorar os novos tempos depois da peste
A esses – poupados -restará agradecer a Deus e servir aos assentados no poder da morte
Por Wagner Merije (texto e foto) (04/03/2020
Oh! Safo_Foto Wagner Merije
Mostra fotográfica que revela um pouco de Coimbra através das imagens e suas entrelinhas.
Um descortinar de olhares sensíveis e visões particulares.
Participam Felipe Vieira, Marcela Uchoa, Mick Maxwell, Susana Elaine, Bruno Macêdo Mendonça, Ana Baptista, Wagner Merije
“O verdadeiro fotógrafo, como de resto qualquer artista, deve escolher o caminho com o coração e nele viajar incansalvemente, contemplando como pessoa inteira tudo o que é vivo. Absolutamente íntegro, sem propósito alcançar, sem submissão a regras e fórmulas, sem necessidade de parecer brilhante ou original, só assim autêntico e livre pode captar o espírito criador em movimento. Aquele que mergulha na viagem do ver tem que estar com as portas da percepção sempre abertas, sabe que diante do eterno precisa esquecer de si próprio. A criação é o que importa, caminho de conhecimento, poderosa arma de encontrar o mundo. O ato criativo é contínuo e sem fim, a prática sempre renovada de contemplar humaniza a visão, anula verdades, permite a inventividade, realça o eu interior. A recompensa é a experimentação mística do encontro com a beleza. O fotógrafo sente neste momento fulgaz algo parecido com o satori zen budista, um momento de revelação, um indefinido e maravilhoso prazer. Nessa respeitosa relação consigo mesmo, o fotógrafo cria algo de original com espontaneidade e fluência, o observador se confunde com a coisa observada, o vazio se instaura, o que estava contido volta a pulsar, o que antes era pressentimento agora é realização. A pureza do seu diálogo, por mais fotos que faça, por mais poeira que tire dos olhos, continuará andando solitário com sua câmera, mas ele também sabe que está aprendendo outra arte bem maior, a arte de não ser coisa alguma, de não ser mais que o nada, de dissolver a si próprio no vazio entre o céu e a terra.”
Fernando Pessoa
LOCAL: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Entrada do Anfiteatro III – 4º Piso
DATA: 05/04/2017 a 30/04/2018
21ª Semana Cultural da UC – Caminhos
Agradecimentos: Universidade de Coimbra, Equipa da Semana Cultural da UC, FLUC, colaboradores e amigos.
Idealização: Aquarela Brasileira Multimedia
Se São Paulo é selva
Quero conhecer a fauna, a flora
Deitar na relva, nadar no rio
Colher amora
Se São Paulo é selva
Vida é como arte, aflora
Com risco, com perigo
Como uma força que não se esgota
Se São Paulo é selva,
A vida não morre, renova
Como um milagre de vida
Luz na aurora
Eu sou a alegria dos bandos
Eu sou a energia das manadas
Sou a vida que nunca seca
A alma das florestas
Sou a algazarra dos que caçam
Sou a chama dos que amam
Sou a natureza que se manifesta
Em vida e festa
(Um poema de Wagner Merije – setembro 2011)
Foto: Wagner Merije
Não acredito em Poeta
que não lava a Própria cUeca
não Acredito em Homem
que não lava A própria consCiência
Não acredito em políCia
que não faça a Sua própria cOmida
não acrediTo em polícia
batEr e prender pra Mim não é Vida
Não acredito em diretor de TV
que iGnore que um dia Já fomos Nada
não acredito em diRetor de TV
é mais cego o Que não quer ver
Não acrediTo em presiDenta
que com o povo não Se entenda
não aCredito em presidenta
mas o respeito se mAntém e se aliMenta
Não acredito em advoGado
que não sabe o qUe é ser considerado
não acredito eM advogado
que esconDa o seu passado
Não acredito em pastOr
que iLude o sofredor
não acredito em pAdre
que não reParte com amor
Não acredito em políTico
que não pensa e aGe pelo coletivo
não acRedito em político
que apela para o Cinismo
Não acredito em proFessor
que não Tenha ideais
não acreDito em professor
que nem amar o outro é capaZ
Não acredito em cozinNheiro
que Não ame um meXido
não acredito em cOzinheiro
que cozinha por dinHeiro e pra ficar Famoso
Não acredito em pessoa
que se ache Muito fera
não acredito Em vão
…
Só acredito nos pais
nos pais e nas mães
que trocam fralda de cocô
que dão banho
que fazem comida e dão para os filhos
que escovam os dentes e dão vitamina
que fazem inalação no inverno
e levam para passear todo dia
que passam horas em claro de noite
e o dia inteiro correndo
que lêem histórias e estimulam as crianças
que são multimídia por destino e natureza
e amam o que fazem
No tempo e em cada momento
estes se farão vencedores
(Um poema em construção de Wagner Merije)
O HOMEM, O MITO Raul de Souza, trombonista reconhecido em todo o mundo, um dos pais da Bossa Nova e do Samba Jazz, lendo CIDADE EM TRANSE, meu novo livro.
Em uma visita à casa do mestre, o presentei com o livro, que logo entrou para o seu “altar”, onde o santo John Coltrane e Saint Germain emanam boas energias.
Já leu o livro?
O Brasil precisa de educação. O Brasil é grande e bonito. Quando se junta a educação com a literatura, então a gente descobre que a grandeza do Brasil é ainda maior.
E se você quer conhecer esse Brasilzão, precisa conhecer mesmo, precisa conhecer Bonito, no Mato Grosso do Sul.
“No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz:
Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta,
que é a voz de fazer nascimentos –
O verbo tem que pegar delírio.”
(Manoel de Barros, em “O Livro das Ignorãças”)
No dia 8 de julho de 2015 foi aberta a 1ª Feira Literária de Bonito (Flib), um evento grandioso em receptividade e marcante para todos os que participaram, público, oficineiros, leitores, autores e artistas de renome regional e nacional.
O homenageado foi e é o poeta Manoel de Barros, que inspirou a temática: “Literatura: o Delírio da Palavra”.
Sob a benção das Piraputangas Rainhas de Bonito, sob o céu incrível do lugar, na inspiração da cabeça de grandes escritores e criadores, com um gole da cachaça local e a música dos espíritos da floresta, o vôo das palavras se tornou profético e amplioso, como diria Manoel.
Bem organizada, bem-vinda e celebrada, “a Flib começa a construir um evento importante no calendário de Bonito, projetando ainda mais o nome da cidade no roteiro turístico do Brasil.” Sem esquecer de envolver, é claro, a sua população local, especialmente os educadores e estudantes, que participaram ativamente.
Foi um belíssimo “momento de atualização e construção do saber, de reflexões e de tomada de consciência.” A programação contou com importantes palestras e mesas-redondas, além de oficinas especialmente pensadas para professores, universitários e alunos do ensino médio, como “Torpedos – literatura na ponta dos dedos”, ministradas por Wagner Merije, entre outras;
atividades lúdicas com crianças dos ensinos infantil e fundamental, integrando literatura e meio ambiente; lançamentos de livros e conversas com os autores; projeção de filmes de curta-metragem; e performances, intervenções, instalações, declamações, teatro e música integrados à literatura. Todas as atividades da Flib foram gratuitas.
Na ocasião, o escritor Wagner Merije fez o lançamento de seu mais recente livro, o romance “Cidade em transe” (Aquarela Brasileira livros).
Foi uma importante oportunidade para valorizar as raízes, tradições e histórias do fértil imaginário do Mato Grosso do Sul, conhecer seus bons escritores e estar próximo de sua gente boa.
Para além das letras e dos livros, Bonito é um lugar para ser descoberto entre a floresta, na beira dos rios onde os peixes boiam como curiosos à beira d’água, nas grutas e na paisagem das estradas que só aquela região tem, nos seus mistérios e fronteiras com o Paraguai e a Bolívia.
Acaba não mundão, que muitas Flibs virão!
“Chão de mármore
Um céu infinito
Tinha araras nas árvores
Quando cheguei em Bonito
O meu suor se fez pão e vinho letra destino”
(Wagner Merije)
Acompanhe Flib: www.flibonito.com.br